MULHER NA GESTÃO DE PROJETO

MULHER NA GESTÃO DE PROJETO

Nada melhor que o mês de março para falar sobre este assunto. Principalmente neste dia 08 o Dia Internacional da Mulher. Então resolvi fazer uma pequena reflexão e utilizar também este espaço para homenageá-las e dar o devido valor que elas merecem.

Um estudo da Mckinsey, revela que empresas com mais mulheres atuando na gestão, tem um resultado operacional 48% maior e uma força de crescimento no faturamento 70% maior, quando comparado com a média do setor industrial. No Brasil infelizmente as estatísticas ainda apontam que apenas 3% delas ocupam estes cargos.

Quando verificamos que elas são, em média, 60% dos estudantes universitários que concluem o ensino superior, por que esse índice é tão baixo nos cargos de chefia? E falando da área onde eu sempre atuei, não me espanto com estes dados. Na gestão de projetos de infraestrutura ainda continuamos muito carentes da presença feminina.

Não há dúvidas que as mulheres apresentam várias características predominantes, que favorecem o universo corporativo e contribuem para uma melhor lucratividade, mas alguns fatos históricos e culturais também contribuem para que elas não cheguem ao topo da gestão nas empresas. Estes obstáculos ainda estão muito presentes nas organizações e certamente ainda serão motivo de muitas batalhas quando se fala em inclusão e diversidade, na gestão de projetos de infraestrutura.

Era muito difícil ver uma mulher trabalhando numa obra, já que, algumas tradições profundas anteriores, colocavam o homem como o único provedor das necessidades do lar, sem contar o preconceito ao subjugar a capacidade feminina para “pegar no pesado”.

As únicas opções para as mulheres eram as tarefas da casa e criação dos filhos, e porque não dizer o suporte para que o marido pudesse cumprir com a sua parte de provedor. Além de não ter o direito de trabalhar fora, não participava de decisões importantes na sociedade.

Com as primeiras normas brasileiras de proteção ao trabalho da mulher, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943, que estabeleciam restrições às atividades extraordinárias, noturnas, insalubres e perigosas, aumentavam a segregação delas, pois eram vistas como frágeis e que não suportariam os trabalhos mais pesados. Aos poucos as mulheres de classe média começaram a atuar nas empresas, preenchendo funções de auxiliar, como secretárias. Cada vez mais vemos elas se posicionando na construção civil, não só suportando estes trabalhos, como atuando de forma mais eficaz, segura e com qualidade. Foram conquistando espaço no mercado de trabalho, na década de 1970 conquistam sua inserção na política.

Com as constantes mudanças na economia, o avanço do capitalismo, elas são obrigadas a sair de casa na busca pelo aumento da renda familiar, muitas são obrigadas a se reinventarem para criar seus filhos sozinhas, isso contribuem mais ainda para o crescimento das mulheres dentro das organizações. Mesmo com a censura e muito preconceito em diversas posições de autoridade e poder, elas conquistam cada vez mais estas posições e no gerenciamento de projeto acabam conquistando cada vez mais o seu lugar.

Na última edição da International Business Report (IBR) — Women in Business 2019, o percentual de empresas com pelo menos uma mulher em cargos de liderança, no Brasil, já atingiu os 93%, revelando uma ascensão significativa comparada aos anos anteriores.

Algumas características favoreceram muito esta chegada das mulheres na gestão de projetos e não é difícil identificar algumas delas que justificam esta escalada.

Não é nenhuma novidade a necessidade cada vez maior do gerente de projeto desenvolver suas habilidades comportamentais para que tenha mais sucesso na condução de seus projetos. Nesta linha as mulheres vêm com muitas destas habilidades quase que nata, por sua condição humana.

Seu espírito maternal, já lhe dá uma vantagem muito grande quando falamos em empatia, em se colocar no lugar do outro, saber ouvir de forma ativa, entender de forma clara as dificuldades de sua equipe de projeto, bem como as necessidades de seus clientes e os demais envolvidos nos projetos, de forma a buscar a melhor solução para todos. As mulheres conseguem ver o todo, equilibrar, raciocinar e pensar pela intuição. Isso facilita e traz mais efetividade quando falamos em formar, desenvolver engajar e motivar as equipes do projeto.

Elas têm um dom da harmonia, talvez por trazer do lar, onde elas procuram preservar tão bem. Conseguem ver o todo, equilibrar, raciocinar e pensar pela intuição. Isto contribui muito para o clima organizacional e a coesão na condução dos projetos.

Por sua natureza mais sensível e buscarem um ambiente organizacional harmônico, além de usarem mais seu instinto maternal, as mulheres estão sempre prontas a ouvir e a considerar as percepções e ideias de sua equipe de projeto, permitindo uma participação ativa da equipe nas decisões do projeto. 

A capacidade de disciplina delas é muito grande, comparada com a masculina. E neste quesito para o sucesso dos projetos é fundamental. São determinadas e persistentes com relação aos obstáculos corporativos e continuam focadas nos desafios da empresa até que o objetivo seja concluído.

Seguem a risca um planejamento, até que se demonstre a necessidade de mudanças e aqui novamente eu gostaria de ressaltar outra característica muito relevante para esta elevação da capacidade feminina. Estamos falando da flexibilidade, a disposição para aceitar as mudanças, se adequar a elas ou mesmo ser o agente provocador destas mudanças quando elas se fazem necessárias.

Embora tenhamos muitas discussões em casa por minha esposa dizer que ela é uma pessoa multitarefa e eu discordar, que isso seja uma característica positiva. Isso lhe traz prejuízos no longo prazo, desgaste mental e não faz muito bem para sua saúde como um todo.

Hoje eu entendo esta sua característica e tomo a liberdade de extrapolar isso como uma característica feminina, não só por ter dois exemplos claros dentro de casa, mas pelo convívio com algumas mulheres na minha carreira onde notava isso com clareza, na medida em que atuávamos juntos nos respectivos projetos.

Talvez por elas terem que conciliar o cuidado com a casa, marido e filhos, somando-se com a sua vida profissional, esta rotina fez com que tivessem mudanças de atenção e foco de uma tarefa para outra, de forma mais rápida, sem que nenhuma delas perdesse a efetividade e qualidade. 

Elas sabem a importância de lutar por cada oportunidade de crescimento. Afinal elas vivenciam esta situação onde precisam se qualificar mais que os homens para conseguir ocupar os mesmos cargos. Isso as fazem mais determinadas e persistentes com relação aos obstáculos corporativos, tornando-as mais focadas nos desafios da organização até que o objetivo seja concluído. Sabem do caminho longo que percorreram até aqui, para conquistar este espaço, por isso, quase sempre buscam um ambiente mais equilibrado e harmônico.

Por sentirem na pele a discriminação, a maioria delas quando estão numa posição de liderança, procuram manter um clima organizacional mais suave, com maior diversidade, dando oportunidade a todos envolvidos.

Com isso as organizações já acordaram para estas características e estão cada vez mais buscando esta igualdade para sua liderança, visando o sucesso de seus projetos. 

Nem tudo são rosas na vida das mulheres. Ainda percebo algumas barreiras significativas pelas quais teremos que lutar para que possamos mudar alguns paradigmas.

Com a pandemia e muitas pessoas terem que trabalhar de casa, aumentou o preconceito de que o fato da mulher trabalhar em casa, prejudicaria sua performance, por se dedicar mais a casa e aos filhos. Por outro lado, um fator ainda muito forte que agrava a situação da mulher, o fato de se afastar para um período de gravidez, mostrou que a mulher neste período, conseguiu mostrar que é capaz de efetuar seu trabalho e mesmo assim, dar atenção ao seu recém-nascido. Principalmente nos casos em que a mulher empresária, dona de seu negócio, não podia se dar ao luxo, de se afastar por um período tão longo.

O fechamento de escolas, dupla jornada, vários fatores agravaram a situação de muitas mulheres, deixando-as mais longe se seus objetivos de liderança, mas tenho certeza que vai prevalecer uma das principais características que elas trazem consigo, que as fizeram superar todos estes períodos difíceis e que certamente as levarão a muito sucesso na vida corporativa: A RESILIÊNCIA.

Como aquela mãe leoa que defende os seus filhos, aqui está uma das principais habilidades que fazem delas, umas guerreiras e nos dão a certeza que irão superar todas estas diversidades e desafios para que cheguem mais longe no mundo corporativo e que possam contribuir cada vez mais para o sucesso no gerenciamento de projetos.

Você que já atua como gerente de projeto e quer contribuir para diminuir estas diferenças, que tal começar pela composição da sua equipe? Temos um papel estratégico de apresentar ações para promover a participação feminina. Torne-se um protagonista dessa transformação tão fundamental para o sucesso dos projetos.

E você, independente do seu sexo, que queira buscar mais conhecimento e preparação que irão ajudá-lo para assumir posições de liderança na sua empresa e/ou nos seus projetos, no meu livro “LIDERANÇA E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL DO GERENTE DE PROJETO” abordo estes assuntos, visando não só o seu crescimento profissional, mas também o pessoal, com exercícios práticos para várias abordagens do seu cotidiano profissional, social e familiar. Utilizando de mais de 35 anos de experiência profissional com gerenciamento de projetos.

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E se faz sentido para você e gostaria levar a outras pessoas que goste e queira fazer a diferença em suas vidas, compartilhe esta reflexão. Muito obrigado!!!

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